O mercado está cada vez mais disputado e o ambiente de trabalho mais complexo. Porém, não podemos continuar com as mesmas ações esperando resultados diferentes, certo?
E se nós te mostrarmos que é possível, gradativamente, mudar o cenário onde as entregas sempre são feitas fora do prazo, parar de receber inúmeras reclamações de clientes e diminuir os custos operacionais? Você sabe qual a fórmula para resolver esses problemas?
Na verdade, não existe fórmula nenhuma para isso. O que existe é internalização e implementação de uma filosofia de trabalho diferente: a filosofia Lean.
Neste artigo, aprofundamos o conhecimento do Lean em diversas áreas de atuação e como é possível utilizar essa metodologia para melhorar os resultados da organização.
Origem do termo Lean
Para podermos contextualizar a origem do Lean, temos que voltar alguns anos atrás, após o final da 2ª Guerra Mundial no Japão.
Após a 2ª Guerra, o país ficou destruído economicamente e não tinha condições de adquirir tecnologia do Ocidente.
Outra dificuldade era a customização exigida pelo mercado japonês que, mesmo sendo um mercado pequeno em quantidade de pessoas, demandava uma grande variedade de produtos, contrariando a lógica produtiva de Henry Ford da produção em massa.
Para se adequar à real necessidade do país, engenheiros japoneses visitaram as fábricas da Ford nos EUA e observaram o funcionamento de toda a cadeia produtiva para a produção em massa e, a partir dessas observações, conseguiram identificar pontos de melhoria no modelo de produção em massa tanto para otimizar o modelo como um todo, como também para adaptá-lo ao cenário do mercado japonês.
O termo Lean tem sua origem através do livro “A máquina que mudou o mundo”, de Womack, publicado em 1992, como resultado de um amplo estudo sobre a indústria automobilística mundial, realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology, EUA). Através do estudo, ficou evidente que o STP (Sistema Toyota de Produção), ou o Lean Manufacturing, gerava considerável diferença com relação à produtividade e qualidade dos produtos, evidenciando assim o real motivo para o sucesso da indústria japonesa na época.
O modelo STP funcionava seguindo dois pilares:
Automação
A automação com toques humanos, que em outras palavras pode ser descrito como disponibilizar para pessoas, máquinas e equipamentos pararem a produção quando algum marco for atingido, seja ele de produzir uma quantidade específica de peças ou de algum defeito no produto.
Just in time
O Just in time tem como objetivo entregar o produto que é necessário, na quantidade necessária, no momento necessário.
A filosofia enxuta é uma busca incessante por reduzir os desperdícios, ou seja, tudo aquilo que não agrega valor para o cliente. Alinhando essa busca com o capital humano da companhia e seus parceiros. Essa nova forma de pensar precisa ser absorvida pelos fornecedores e colaboradores, para que dessa forma o potencial do Lean seja alcançado: a melhoria contínua dos processos, melhoria nas entregas, redução dos custos e aumento da satisfação do cliente.
Então, agora que já ficou mais claro o contexto geral do Lean, vamos saber um pouco mais sobre o Lean Manufacturing x Office x Healthcare.
O Lean Manufacturing
Lean Manufacturing é um sistema integrado que tem como principal objetivo a eliminação de desperdícios ao longo da cadeia produtiva, englobando os fornecedores, o processo interno da organização e a entrega para o cliente final.
Para identificarmos os desperdícios da cadeia e utilizar o pensamento Lean, devemos seguir esses cinco princípios:
- Determinar o que é valor para o cliente: O que o cliente realmente enxerga como o motivo para comprar o produto? Qual o motivo do cliente pagar x reais nesse serviço?
- Identificar o fluxo de valor: O que é feito dentro da organização para que o desejo do cliente (necessidade / pedido de compra) seja atendido (entrega para o cliente)?
- Implantar o fluxo contínuo: Como podemos otimizar o fluxo de valor dentro da empresa, diminuindo os desperdícios da cadeia?
- Produção puxada: Iniciar a operação quando se tem a necessidade do cliente criada.
- Perfeição:
É importante destacar que para o Lean, o objetivo primário é a eliminação dos desperdícios dentro da organização. Estes desperdícios estão presentes em toda a cadeia, e podem ser representados como: atrasos em prazos de entrega, não atingimento de meta, ineficiência operacional, altos níveis de estoque e insatisfação do cliente.
Abaixo temos a classificação dos 8 tipos de desperdícios Lean que são observados nas organizações.
- Superprodução;
- Defeitos;
- Inventários desnecessários;
- Processamentos inapropriado;
- Transporte excessivo;
- Movimentação excessiva;
- Esperas;
- Criatividade.
O Lean Office
Por se tratar da construção de uma cultura organizacional, a aplicação da filosofia Lean é extremamente abrangente. No início dos anos 90, percebeu-se a possibilidade de aplicar os conceitos Lean em ambientes administrativos, originando o Lean Office. E porque é importante aplicar o Lean Office nas organizações?
Segue abaixo uma lista de resultados obtidos pela mudança cultural que o Lean proporciona em ambientes administrativos:
- Redução do número de aprovações;
- Melhoria no fluxo das informações;
- Melhoria no prazo de entrega para clientes internos;
- Redução das atividades manuais robóticas e aumento da automatização de atividades que não precisam de senso crítico;
- Redução do número de reuniões desnecessárias;
- Trabalho padronizado;
- Otimização do processamento de informações.
O Lean Healthcare
Já na chegada dos anos 2000, observou-se a possibilidade de incorporar a filosofia Lean em ambientes hospitalares, criando assim o Lean Healthcare.
Se pararmos para analisar os ambientes de aplicação, com certeza o ambiente hospitalar pode ser considerado o mais crítico entre área produtiva, administrativa e hospitalar, pois lida diretamente com a saúde e a vida das pessoas.
A importância da aplicação do Lean Healthcare pode ser observada abaixo com os benefícios entregues pela adoção da ideologia Lean nesse tipo de ambiente:
- Redução da espera para fila de atendimentos;
- Otimização do processo de análise de exames;
- Otimização na gestão de estoque de remédios e itens de consumo;
- Redução no tempo de alta dos pacientes;
- Redução no monitoramento de pacientes, de acordo com a criticidade;
- Redução do número de erros médicos;
- Redução do número de óbitos.
Como é a implementação e quais são as diferenças entre o Lean Manufacturing, Office e Healthcare?
Analisando apenas pelo nome, percebemos a diferença mais clara entre Lean Manufacturing, Office e Healthcare: a área de atuação.
Porém, essa não é a única diferença entre eles. Abaixo destacamos outras diferenças entre a filosofia Lean e suas possíveis aplicações.
Área de atuação
- Manufacturing: área de produção de qualquer organização.
- Office: diversos setores dentro da área administrativa das empresas (RH, fiscal, contabilidade, projetos, vendas, suprimentos, compras etc.).
- Healthcare: aplicação em hospitais, consultórios, clínicas.
Valor
- Manufacturing: o valor que o cliente enxerga do produto (valor financeiro, marca, atendimento de suas necessidades), fácil visualização por, normalmente, se tratar de algo tangível.
- Office: importância de cada área dentro da companhia para alcançar o valor que o cliente enxerga no produto.
- Healthcare: um dos pontos mais difíceis para o Lean Healthcare é definir quem é o cliente da cadeia, podendo ser os mantenedores, profissionais da saúde e os pacientes.
O valor que o cliente enxerga durante a passagem de um paciente pelo tratamento. Mesmo sendo difícil identificar o cliente principal do fluxo, o valor da entrega será o mesmo, um tratamento humanitário, justo e rápido.
1. Fluxo de valor
- Manufacturing: todo o caminho percorrido pela matéria prima, do momento do pedido do cliente até sua transformação e entrega para o consumidor final.
- Office: caminho percorrido pela informação dentro da organização, para garantir alinhamento das necessidades internas da companhia.
- Healthcare: caminho percorrido pelos pacientes desde o momento da triagem até a alta do estabelecimento.
2. Takt time
- Manufacturing: tempo de demanda, ou seja, dado uma demanda do mercado, qual o tempo que a organização tem para produzir um item.
- Office: tempo das necessidades de atendimento das necessidades internas da companhia.
- Healthcare: tempo de demanda, ou seja, dado uma demanda de mercado, qual o tempo que o estabelecimento tem para atender e curar um paciente.
3. Indicadores:
4. Desperdícios:
Com todos os pontos discutidos acima, ficou claro que a aplicação do Lean pode fazer toda a diferença em qualquer área de uma organização, certo?
Se você ficou interessado em ter o apoio de uma consultoria especializada em Lean para ajudar a alavancar seus resultados, entre em contato conosco!
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