A busca pela excelência nos serviços prestados em todos os níveis e ramos de negócio vem aumentando cada vez mais a competividade do mercado, levando as empresas a encontrarem soluções inovadoras como forma de otimizar sua produção e de obter o diferencial necessário. Nesse sentido, o uso de técnicas avançadas no desenvolvimento de processos, produtos e serviços ajudam a melhorar os resultados do negócio, tornando-o mais rentável. É o caso do desdobramento da função qualidade ou QFD (Quality Function Deployment).
Essa técnica ganhou fama nas montadoras automotivas japonesas, sendo aplicada desde o projeto do produto até o controle das linhas de produção. Por meio dela, é possível predizer e priorizar os requisitos de qualidade que os clientes esperam dos produtos e então antecipar possíveis problemas em suas funcionalidades antes mesmo do lançamento no mercado.
Logo, trata-se de uma ferramenta fundamental para a melhoria da qualidade de maneira preventiva, característica que poucas empresas tem o hábito de praticar, já que atuam sobre os problemas de forma corretiva (maior custo!).
Se a sua empresa ainda não a utiliza, veja mais detalhes sobre ela neste artigo. Vamos explicar o que é o desdobramento da função de qualidade, sua importância, suas etapas e quais os benefícios que ele proporciona. Então, aproveite o conteúdo e boa leitura!
O que é o desdobramento da função qualidade?
O desdobramento da função qualidade ou QFD (Quality Function Deployment) é uma técnica criada pelo engenheiro japonês Yoji Akao, no final da década de 70 com o objetivo de traduzir a expectativa do cliente em algo tangível, visto que a concepção de qualidade pode ser encarada de forma genérica e diferente pelo consumidor, por exemplo, para algumas pessoas um carro de qualidade é aquele que apresenta um baixo consumo de combustível, já para outras pode significar um carro mais potente, o que provavelmente irá aumentar o consumo. A questão neste caso será: o que deve ser garantido, em termos de projeto do produto e do seu processo, para conciliar consumo e potência?
Assim, por meio de desdobramentos sucessivos desde o nível do produto, passando pelo projeto de componentes, projeto do processo e finalmente pelo controle do processo, a técnica transforma requisitos amplos de qualidade em especificações técnicas possíveis de serem mensuradas pela engenharia. O uso dela permitirá metrificar e priorizar as características críticas da qualidade a fim de satisfazer os atributos esperados pelos clientes.
Qual a importância do QFD?
O QFD é uma técnica que tem como objetivo antecipar possíveis desvios de qualidade antes mesmo do lançamento de um produto. Portanto, a alta administração precisa enxergá-lo estrategicamente como um benefício, para obter ganho de competitividade. Tal benefício pode ser comprovado historicamente e aqui ilustrado pelo estudo em que se compara o desempenho das montadoras japonesas em relação as europeias, exatamente no período em que o QFD começou a ser aplicado (meados da década de 80):
Como pode-se constatar, foi identificado que o nível de reclamação dos consumidores nos 3 primeiros meses de uso dos veículos europeus era bem maior quando comparado aos japoneses, além de o número de reclamações em relação ao automóvel japonês diminuir consecutivamente ano após ano. Esse fato é justificado pelo cuidado que foi tomado no uso de um método científico para definir como o produto e seu processo produtivo deveriam ser concebidos e posteriormente controlados. Enquanto os europeus faziam parte das modificações depois do lançamento, os japoneses já realizavam as alterações necessárias antes.
Dessa forma, as empresas que utilizam o desdobramento da função qualidade entregam muito mais valor aos seus clientes. As chances de receber retornos negativos ou de precisar de recall são muito menores, tendendo a zero. Em outras palavras, o produto final entregue ao mercado tem qualidade superior e a custos menores.
Quais são suas principais etapas?
O QFD é realizado por meio de 4 etapas distintas: planejamento do produto, projeto de componentes/produto, planejamento do processo de fabricação e planejamento do controle da produção.
Fase 1: Planejamento do produto
A primeira etapa do QFD é o planejamento do produto, também conhecido como “casa da qualidade”, pelo fato do formato da matriz utilizada lembrar o de uma residência.
A primeira fase é essencial, visto que a partir dela serão realizados os demais desdobramentos. Nesta etapa é realizada a conversão dos requisitos dos clientes (“Os quês?” – linhas da matriz) em especificações técnicas da engenharia (“Comos?” – colunas da matriz), bem como o nível de correlação entre eles (“telhado” da matriz), o que irá ajudar na priorização.
Outro aspecto importante nesta fase 1 é que a empresa tem a possibilidade de visualizar sua posição em relação aos seus concorrentes segundo a percepção do mercado em relação aos atendimentos dos “os quês”.
Fase 2: Projeto de componentes/produto
Depois de identificado e priorizados os “comos” que atenderão os principais “quês”, a próxima etapa é transformar características técnicas em componentes reais, que irão garantir a qualidade desejada. Ou seja, sair da parte conceitual para a prática (engenharia de produto).
Fase 3: Planejamento do processo
Após concepção do produto na fase dois, a terceira etapa do desdobramento da função qualidade procura analisar a maneira mais eficiente de produzir os componentes, garantindo suas especificações para atender o nível de qualidade desejado. Então, neste momento, são definidas questões como: quais serão as etapas de fabricação necessárias, sua sequência lógica, os recursos necessários, etc.
Fase 4: Planejamento do controle do processo
Por fim, na última etapa, são estabelecidos os meios que serão utilizados para monitorar o processo, a fim de garantir que as etapas de fabricação estão sob controle. Nesta fase, é importante ter um programa de gerenciamento total da qualidade corporativo como, por exemplo, o Six Sigma.
Quais são os benefícios do QFD?
O QFD é uma técnica que proporciona:
- Redução de custos (caráter preventivo);
- Redução no tempo de desenvolvimento;
- Maior satisfação do cliente;
- Maior competitividade de mercado;
- Desenvolvimento das pessoas (uso da criatividade).
Como a Nortegubisian utiliza essa ferramenta?
A Nortegubisian é uma empresa que valoriza o trabalho de parceria “hands-on”, gostamos de ser participativos, atuando em todas as etapas de melhoria descritas anteriormente junto ao cliente e, na medida do possível, sempre incrementando o trabalho com uso de ferramentas complementares. Desse modo, buscamos desenvolver as pessoas acima de tudo, pois isso potencializa a autonomia da empresa em aprimorar seus processos, mesmo depois da nossa passagem.
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre esse tema, que tal entrar em contato com a Nortegubisian para saber como podemos ajudá-lo? Aproveite também para nos seguir nas nossas mídias sociais (Facebook, LinkedIn e Instagram).