Mapeamento e Análise do Fluxo Logístico

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Definição

A administração eficaz da logística representa, atualmente, um grande diferencial competitivo para as empresas, pois compreende desde a matéria-prima até a entrega do produto ao cliente final e objetiva a disponibilização do produto de modo assertivo, ou seja, no momento certo; no local correto; na quantidade desejada; nas condições certas e por um custo correto. Desse modo, a compreensão das atividades envolvidas no sistema logístico de uma empresa é de extrema importância, pois é por meio desse que se determina o nível de desempenho e os custos das operações.

As principais atividades de um processo logístico são: armazenagem; estoque; embalagem; transporte; distribuição física; fluxo de informação e nível de serviço. Assim, define-se logística como o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e a armazenagem de matéria-prima, estoque em processo e produto acabado, incluindo o fluxo de informações, desde o ponto de origem até o de consumo, visando obter o nível de serviço desejado. Dessa forma, para compreender as atividades logísticas e suas relações com as demais atividades, as empresas devem responder as seguintes perguntas: Quando e onde um produto deve ser produzido?  Quando e onde um produto deve ser armazenado? Quando e para onde um produto deve ser transportado?

Mas, não é tão simples obter tais respostas. Para tal, é preciso compreender com clareza o fluxo logístico existente, seus pontos fortes e suas oportunidades de melhoria, visando aumentar a performance do negócio. Dificilmente, tal compreensão se dará de modo eficaz sem o auxílio de ferramentas de mapeamento de processos e dos princípios do Lean Thinking.

O mapeamento e análise do fluxo logístico, deve, portanto, visar a obtenção de uma perspectiva geral do processo, desde as etapas iniciais até a entrega do produto ao cliente final, para que as estratégias da administração logística garantam um aumento na satisfação do cliente, por meio da melhor utilização dos recursos e eliminação de desperdícios 

Etapas

O mapeamento e análise do fluxo logístico pode ser dividido nas seguintes etapas principais:

  1. Mapeamento e Diagnóstico dos Processos Atuais: primeiramente, deve-se realizar um diagnóstico do fluxo logístico atual da empresa, incluindo o fluxo de informação, para visualizar o macro fluxo completo e definir a melhor ferramenta para auxiliar no mapeamento. Nesta etapa, devem ser realizadas, também, entrevistas; questionários; reuniões; observação em campo; análise de documentações existentes; cronoanálises; entre outras técnicas, visando obter informações detalhadas sobre os processos envolvidos no fluxo logístico.
  2. Desenho dos Processos Atuais: os processos atuais mapeados e detalhados devem ser desenhados na forma de fluxogramas, de acordo com a ferramenta de mapeamento de processo definida na primeira etapa. Após desenhados, os processos devem ser validados pelos seus respectivos responsáveis e, caso necessário, ajustados.
  3. Identificação das Oportunidades de Melhoria: todas as evidências de oportunidades de melhoria registradas ao longo do mapeamento dos processos e identificadas por meio das ferramentas de melhoria contínua devem ser destacadas nos desenhos dos processos e podem ser priorizadas por meio de ferramentas como Matriz BASICO ou Matriz GUT, para auxiliar no desenvolvimento de planos de ação.
  4. Desenho dos Processos Futuros: a partir do desenho do estado atual e das oportunidades de melhoria identificadas, deve-se desenhar os processos futuros, consequência da elaboração da situação ideal dos processos, visando a obtenção do melhor resultado para o fluxo logístico da empresa, ao mesmo tempo em que maximiza a satisfação dos clientes. 

Benefícios

  • Visualização do fluxo logístico completo, incluindo fluxo de materiais e de informação, proporcionando melhor compreensão sobre os processos;
  • Identificação dos desperdícios dos processos e de onde eles vêm;
  • Identificação das oportunidades de melhorias;
  • Otimização do fluxo logístico, considerando o desejo dos clientes;
  • Melhoria no fluxo de informação e comunicação entre os envolvidos nos processos;
  • Auxílio no dimensionamento de recursos necessários para a administração eficiente e eficaz do fluxo logístico. 

Aplicação

A seguir, é apresentado um exemplo de mapeamento e análise do fluxo logístico, em que foi utilizado o Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM – Value Stream Mapping) para representar o estado atual do fluxo e construir a situação ideal (futura), visando aprimorar o desempenho global da operação, otimizando a utilização de recursos humanos e equipamentos de movimentação e reduzindo os custos globais.

O VSM foi escolhido como ferramenta de mapeamento para garantir uma visão geral do processo logístico, de forma a compreender a sinergia entre os fluxos de materiais e informações, além de medir a eficiência do processo.

O mapeamento considerou: a saída dos materiais dos fornecedores; o acompanhamento das rotas dos veículos, conhecendo suas distribuições e formas de carga; o recebimento e processamento nos pontos de utilização do material no processo; o atendimento das demandas por meio das distribuições em fluxos que desembocam no cliente final e todos os pontos de armazenagem ou estoque.

Inicialmente, foram realizadas entrevistas com os envolvidos na operação logística, observações em campo e análise de dados e informações de documentos existentes, visando compreender as particularidades do processo logístico. Assim, foram desenhados os processos atuais e identificadas as oportunidades de melhoria, como exemplo ilustrado na figura 1:

Mapeamento do Estudo Atual

Figura 1 – Mapeamento do estado atual

A partir dos desenhos dos processos atuais e da identificação das oportunidades de melhoria, foi possível construir a situação ideal para os processos, como exemplo ilustrado na figura 2.

Estado Futuro

Figura 2 – Estado futuro

Os mapas do estado futuro resultaram na redução dos custos da operação e otimização da utilização de mão de obra e equipamentos de movimentação, além de contemplar alternativas para aprimorar ainda mais o desempenho global da operação.

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